quinta-feira, 25 de março de 2010

Papel semente: mais plantas, menos lixo, mais vida.

Taí uma excelente dica!!

Extraído do site: "Paisagismo Digital" (http://www.paisagismodigital.com.br)



Papel semente: mais plantas, menos lixo, mais vida
Autor: Regina Motta Data: 12/3/2010

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preocupação com o meio ambiente é uma realidade para todos que têm consciência de que nosso planeta está vulnerável e precisamos encontrar meios e formas de preservá-lo. Quando temos notícia de uma iniciativa verde que se dispõe a criar novos hábitos de consumo sustentável, apressamo-nos a difundi-la.


Através de um artigo publicado por Papel semente


A idéia, que nos pareceu muito interessante, é misturar sementes ao papel usado para correspondências, cartões, de forma que, quem o receba, possa utilizá-lo plantando-o. A técnica para plantar é simples: Picar o papel se for de tamanho maior, molhar e plantar. Existe até um menu de escolhas: flores, chás, plantas de horta.


Parece que a idéia é ser utilizado por empresas, como forma de demonstrar sua preocupação ambiental, mandando cartões e correspondências com o papel semente. Imagine como seria se todas aquelas correspondências de mala direta, contas de água, de luz, de telefone, convites de casamento, jornais, revistas, enfim, tudo que fosse de papel, você picasse, enterrasse e algum tempo depois nascesse uma plantinha?


Há relatos de promoções de empresas usando este papel, como a Report, do Grupo Suzano Papel e Celulose – lançou uma ação promocional em que na compra de 2 ou mais produtos da marca Report o cliente ganha um "papel semente" e a Honda que enviou uma carta em papel semente em 2008 para seus clientes .



Empresas de cosméticos, de paisagismo e urbanismo poderiam se utilizar deste papel para sua correspondência.


Como forma de marketing é uma bela solução mas, principalmente, é uma forma de difundir a idéia de que plantar é sempre uma boa saída.


A questão da tinta a ser usada na impressão, que é evidente, não poderia ser carregada de produtos químicos, a própria empresa já deu uma resposta ao Bruno Rezende :


"Produzimos o PAPEL SEMENTE, reciclado e 100% ecológico. Na empresa temos o processo de reuso da água e outras medidas de ecoeficiência.Também iniciamos a parceria com um grande laboratório para desenvolvimento de tintas naturais (beterraba, urucun,clorofila) Assim como nós, outros tb estão buscando soluções verdadeiramentes sustentáveis. Neste momento,quando o cliente nos solicita impressão no papel, usamos impressora jato de tinta, com tinta a base de água".

segunda-feira, 22 de março de 2010

Homenagem ao Dia Mundial da Água!


O menino que carregava água na peneira

Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino que carregava água na peneira.
A mãe disse que carregar água na peneira era o mesmo que roubar um vento
e sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.
A mãe disse que era o mesmo que catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso.

O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.

A mãe reparou que o menino gostava mais do vazio do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores e até infinitos.
Com o tempo aquele menino que era cismado e esquisito
porque gostava de carregar água na peneira
Com o tempo descobriu que escrever seria o mesmo
que carregar água na peneira.
No escrever o menino viu que era capaz de ser
noviça, monge ou mendigo ao mesmo tempo.
O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.

Foi capaz de interromper o vôo de um pássaro botando ponto final na frase.
Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.
O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor!

A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou: Meu filho você vai ser poeta.
Você vai carregar água na peneira a vida toda.
Você vai encher os vazios com as suas peraltagens
e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos

- Manoel de Barros -

quarta-feira, 17 de março de 2010

Recordando .... para ler ou reler!!


Estima-se que 2.500 pessoas participaram, na semana passada, do 31º Congresso Internacional de Naturismo, na praia paraibana de Tambaba. O evento, realizado primeira vez no hemisfério sul, recebeu visitantes de 33 países, que durante quatro dias debateram e celebraram seu estilo de vida alternativo.


Mas nem tudo é festa e liberdade para os naturistas brasileiros, ainda vistos como excêntricos pelo restante da sociedade. A esperança é que o sucesso do encontro contribua para legitimizar o projeto de lei, encaminhado em 1996 pelo deputado federal Fernando Gabeira, que reconhece a prática no país. Conhecida como Lei Gabeira, a proposta sequer entrou em votação no Congresso Nacional.


Pior ainda é a situação dos naturistas locais. Sem um espaço adequado no litoral do estado, eles têm de viajar até a praia do Pinho, em Camboriú (SC), para ‘‘ficar à vontade’’. Como isso nem sempre é possível, a convivência acaba migrando para o mundo virtual, em comunidades e listas de discussão.


‘‘Naturismo não se pratica só na praia, nos fins de semana’’, justifica Andréia Baia, 27 anos, mestranda em Antropologia e presidente da associação Natparaná. Ela e o marido, o arquiteto Estevão Prestes, 37, estão entre os principais agitadores do movimento por aqui.


Também são os únicos no estado autorizados a emitir o passaporte naturista da Federação Brasileira. O documento, criado para controlar a invasão de ‘‘aventureiros’’ no meio, é útil principalmente para homens solteiros. Nas praias naturistas, eles normalmente ficam em áreas separadas dos casais com filhos. Com a identificação, são liberados para transitar livremente.


Fundada em 2003, a Natparaná (que tem como símbolo a estátua do Homem Nu, da Praça 19 de Dezembro) reúne cerca de 300 membros. A maioria é de Curitiba e participa do grupo apenas virtualmente. ‘‘O naturista curitibano ainda tem muito medo do preconceito’’, explica Estevão.


Helio, 36, Professor universitário, divide-se entre as aulas em Ponta Grossa e o doutorado na Capital. Nas horas vagas, corre para o Pinho.


Solteiro, ele concorda que a vida dos homens sozinhos não é fácil nos espaços naturistas. No entanto, não passou por esse tipo de dificuldade para se integrar. ‘‘Foi tudo muito rápido para mim’’, conta. ‘‘Conheci o Natparaná pela internet e logo comecei a participar do movimento. Hoje, tenho o passaporte e convivo tranqüilamente com as famílias na praia.’’


O único (ou o maior) problema é que a praia, no caso a do Pinho, fica a mais de 200 km de Curitiba. Em um ano como este, com poucos feriados emendados, foram raras as vezes em que os curitibanos praticaram a chamada ‘‘nudez social’’.


A solução, pelo menos em tese, seria criar um espaço do gênero nas redondezas. A proposta começou a ganhar corpo em 2005, quando o Sindilitoral (entidade que representa os empresários do litoral paranaense) procurou pela primeira vez a Natparaná.


No início de 2007, o tema voltou à baila e causou um certo barulho na imprensa. Mas, segundo o Sindilitoral, o projeto não teve o apoio governamental e político necessário para decolar. Também houve uma pressão velada de denominações religiosas contrárias à filosofia naturista.


Fábio Aguayo, superintendente da entidade, afirma que o Paraná é o único estado brasileiro banhado pelo mar que não possui uma praia naturista. Por conta disso, deixa de atrair centenas de turistas brasileiros e estrangeiros todos os anos. ‘‘Mas a idéia continua em nossa pauta. Vamos retomá-la quando passarem as eleições municipais’’, garante.


FULANO DE TAL



Enquanto isso, a Natparaná se mobiliza para encontrar uma chácara que acolha seus membros. O modelo é o extinto sítio Fulano de Tal, nos arredores da Lapa. Durante três anos, em meados da década passada, o lugar foi o ponto de encontro da Parnat, primeira associação naturista do estado.


‘‘Veterano’’ entre os praticantes curitibanos, o vendedor de carros Marcos Hille, 35, é testemunha dessa fase. ‘‘O auge do sítio foi em 1995, quando recebia um fluxo considerável de gente’’, lembra Hille.


Ele conta que tudo ia bem até o proprietário se mudar para o Pinho, onde abriu um restaurante. Entregue a um mau administrador, o Fulano de Tal rapidamente faliu. Os naturistas migraram para Santa Catarina e a própria Parnat se dissolveu.


‘‘Mesmo com uma praia aqui, seria difícil concorrer com o Pinho, que está dentro de uma cidade estruturada como Camboriú’’, reconhece. Para Hille, a criação de um camping, ou algo semelhante, próximo a Curitiba é a alternativa mais viável - e provável.


Ou seja: em breve, o Paraná pode ganhar um espaço regular para a prática da nudez em grupo. Mas o casal Estevão e Andréia quer mais. Seu sonho é comprar uma chácara para morar e receber outros naturistas.


Uma nova Colina do Sol? ‘‘A idéia não é essa, apesar de a Colina ser um lugar fantástico’’, diz Estevão.


Localizada a 50 km de Porto Alegre (RS), a Colina é uma espécie de mini-cidade naturista. Lá, cerca de 50 famílias moram, trabalham, estudam, fazem compras. Uma utopia nudista tupiquim, recentemente abalada por denúncias de pedofilia.


Dois casais que estavam à frente da comunidade estão presos desde o ano passado - os norte-americanos Frederick Louderback e Barbara Anner e os brasileiros André Herdy e Cleci Jaeger. Eles são acusados de aliciar e abusar de crianças pobres de uma região vizinha.


Na época, Herdy era presidente da Federação Brasileira de Naturismo, o que por pouco não ameaçou a realização do encontro internacional na Paraíba.


Por mais que as denúncias tenham partido dos próprios moradores da Colina, o caso não deixou de respingar em todos os naturistas brasileiros. ‘‘Não dá para negar que essa história manchou um pouco a nossa imagem. Quando o assunto chegou na grande mídia, ficou aquela impressão de que naturismo é igual a pedofilia’’, reconhece Estevão.


Para Andréia, o episódio contribuiu para que o projeto da praia naturista paranaense não tivesse continuidade. ‘‘O preconceito aumentou’’, afirma. E questiona: ‘‘Tirar a roupa no quintal do vizinho é fácil, né? Quero ver deixarem tirar aqui’’.


COM CRISTO, E SEM ROUPA


Além de comandar a Natparaná, Andréia Baia e Estevão Prestes lideram outra comunidade: a dos Naturistas Cristãos. Evangélicos, eles se conheceram justamente por conta das idéias de Estevão, fundador do grupo, atualmente com 500 membros. Foi em 2001, quando o arquiteto concedeu uma entrevista sobre o tema a uma revista ligada ao meio cristão.


Andréia, que então morava com os pais em Brasília, gostou do que leu e resolveu procurar, via e-mail, todos os personagens da reportagem. Apenas Estevão respondeu, e os dois iniciaram um relacionamento virtual.


As conversas evoluíram e o naturista cristão foi conhecê-la no Planalto Central. Não demorou muito e Andréia voltou para Curitiba, sua terra natal. Os dois têm um filho de três anos, Moreno, que os acompanha nas jornadas naturistas.


De acordo com Estevão, o conceito de naturismo cristão é bastante difundido entre os evangélicos norte-americanos. Não há exatamente um fundamento bíblico que justifique a prática, mas ele cita o evangelho de Mateus em seu site: ''A vida é mais do que o alimento, e o corpo mais do que as vestes''.


Ele conta que a maioria dos internautas acessa sua página para, de certa forma, eximir-se da culpa. ''Sempre surgem mensagens do tipo: 'O pastor da minha igreja disse tal coisa', ou 'Tal versículo me deixou em dúvida'''.


Por essas e outras, Estevão se afastou da Igreja do Evangelho Quadrangular, da qual fazia parte. Andréia, filha de um pastor batista, também largou a denominação. Agora, congregam na Caminho da Graça, mais tolerante.


''A pressão não vinha dos membros, e sim das lideranças. Cheguei a ser chamado por um conselho para me explicar. Queriam que eu escondesse meu lado naturista, levasse uma vida dupla'', afirma o arquiteto.


O casal garante que não quer fundar uma nova igreja - apenas conciliar sua fé com os ideais naturistas de respeito a si próprio, ao próximo e à natureza. ''Pecado é a pessoa promover o mal. Ninguém tem o direito de julgar o outro'', conclui o Estevão, que não vê problema em realizar seus estudos bíblicos totalmente despido, à beira mar.


Naturistas Cristãos
Natparaná


por OMAR GODOY
Setembro de 2008